quarta-feira, 29 de junho de 2016

IGGY POP - OPEN UP AND BLEED




Se existe um cara com tesão pela vida, esse cara é o Iggy Pop.
Aos 70 anos, continua na ativa, com direito a quebrar óculos na SPFW em 2015 e lançar um novo álbum com o cantor Josh Homme do Queens of Stone Age, intitulado “Post Pop Depression”.
Com shows marcados até Outubro de 2016, a turnê pode passar pelo Brasil, vamos torcer!

Nascido em Michigan, em Abril de 1947, James Newell Osterberg em sua juventude era um bom aluno, bem articulado e com certa popularidade entre os colegas. Ao formar a banda “The Iguanas” com os amigos de colégio, -  típica banda greasy rock anos 50, com direito a terninhos e brilhantina nos cabelos - James/Iggy descobre que sua verdadeira vocação não é uma carreira política como muitos de seus amigos e professores pensavam, ele nasceu para ser o Mr.Rock'Funking'Crazy'Roll

Depois de ler esta biografia você começa a pensar... "Como esse cara ainda está vivo?" São muitas loucuras e excessos para uma só pessoa: drogas, orgias, automutilação, brigas, internação em manicômio, maldição zumbi, mais sexo e... já falei das drogas? Sim, muitas drogas.

Em várias entrevistas, Iggy Pop declara que foi David Bowie quem salvou sua vida e carreira musical de uma espiral de loucura em que ele se encontrava após o final dos The Stooges no meio da década de 1970. A amizade de Iggy e David foi muito produtiva e inspiradora para ambos, o álbum “The Idiot” é considerado por muitas publicações um dos melhores álbuns de rock até hoje.




Entre altos e baixos, tanto na música como na vida pessoal, é incontestável dizer que: Sem Iggy Pop não existiria o Punk Rock.

O livro “Open Up and Bleed” escrito pelo jornalista Paul Trynka, que já foi editor da revista inglesa “Mojo Magazine”, fez uma boa pesquisa sobre a vida de Iggy Pop.

A biografia também tem seus altos e baixos, principalmente no começo do livro (nos quatro primeiros capítulos, precisamente) em que Paul Trynka descreve por várias páginas a geografia de Michigan e coleta depoimentos de pessoas que conheceram James/Iggy quando criança ou na juventude, sendo que estas não tiveram nenhuma influencia na sua vida pessoal ou carreira musical. Tem até a história de um “bilhete de amor” de uma colega de escola que nunca chegou as mãos do de Iggy que é citado na biografia!

Informações desnecessárias como estas podem desanimar até o fã mais fervoroso do cantor. Em muitos momentos pensei que estava lendo a biografia do MC5, tantas vezes a banda é citada nos primeiros capítulos. A partir do 5° capitulo existe até uma melhora na narrativa, por focar mais na parte musical, o fim dos “The Stooges” e a amizade com Bowie.

Não sei se o autor quis trazer mais material ou se distanciar de outro livro que é essencial para qualquer fã do punk, “Mate-me por favor” de Legs McNeil & Gillian Mccain, onde a história é contada através de várias entrevistas, e a “voz” de Iggy dá o tom da loucura que era viver a década de 1970. Em “Open Up…” os depoimentos do cantor são poucos e menos reveladores. 


Incrível pensar a quantidade de bandas, cantores e até escritores que Iggy inspirou nestas ultimas décadas, alguns estão aqui e outros já se foram há muito tempo ...

Só um livro para descobrir quem é Iggy/James é pouco, uma série de tv com no mínimo 3 temporadas pode ser um começo, porque ele ainda tem muita história para contar. Iggy Pop já mostrou que tem o corpo fechado e não vai parar tão cedo. Amém !


OPEN UP AND BLEED – A VIDA E A MÚSICA DE IGGY POP (2007)
AUTOR : PAUL TRYNKA
EDITORA :  ALEPH
ISBN : 9788576572770