Se existe um cara com tesão pela vida, esse cara é o Iggy
Pop.
Aos 70 anos, continua na ativa, com direito a quebrar óculos
na SPFW em 2015 e lançar um novo álbum com o cantor Josh Homme do Queens of
Stone Age, intitulado “Post Pop Depression”.
Com shows marcados até Outubro de
2016, a turnê pode passar pelo Brasil, vamos torcer!
Nascido em Michigan, em Abril de 1947, James Newell
Osterberg em sua juventude era um bom aluno, bem articulado e com
certa popularidade entre os colegas. Ao formar a banda “The Iguanas” com os
amigos de colégio, - típica banda
greasy rock anos 50, com direito a terninhos e brilhantina nos cabelos -
James/Iggy descobre que sua verdadeira vocação não é uma carreira política como
muitos de seus amigos e professores pensavam, ele nasceu para ser o Mr.Rock'Funking'Crazy'Roll
Depois de ler esta biografia você começa a pensar... "Como esse
cara ainda está vivo?" São muitas loucuras e excessos para uma só pessoa: drogas,
orgias, automutilação, brigas, internação em manicômio, maldição zumbi, mais
sexo e... já falei das drogas? Sim, muitas drogas.
Em várias entrevistas, Iggy Pop declara que foi David Bowie
quem salvou sua vida e carreira musical de uma
espiral de loucura em que ele se encontrava após o final dos The Stooges no
meio da década de 1970. A amizade de Iggy e David foi muito produtiva e
inspiradora para ambos, o álbum “The Idiot” é considerado por muitas
publicações um dos melhores álbuns de rock até hoje.
Entre altos e baixos, tanto na música como na vida pessoal,
é incontestável dizer que: Sem Iggy Pop não existiria o Punk Rock.
O livro “Open Up and Bleed” escrito pelo jornalista Paul
Trynka, que já foi editor da revista inglesa “Mojo Magazine”, fez uma boa
pesquisa sobre a vida de Iggy Pop.
A biografia também tem seus altos e baixos, principalmente
no começo do livro (nos quatro primeiros capítulos, precisamente) em que Paul
Trynka descreve por várias páginas a geografia de Michigan e coleta depoimentos
de pessoas que conheceram James/Iggy quando criança ou na juventude, sendo que
estas não tiveram nenhuma influencia na sua vida pessoal ou carreira musical. Tem até a história de um
“bilhete de amor” de uma colega de escola que nunca chegou as mãos do de Iggy que é
citado na biografia!
Informações desnecessárias como estas podem desanimar até o
fã mais fervoroso do cantor. Em muitos momentos pensei que estava lendo a
biografia do MC5, tantas vezes a banda é citada nos primeiros capítulos. A
partir do 5° capitulo existe até uma melhora na narrativa, por focar mais na
parte musical, o fim dos “The Stooges” e a amizade com Bowie.
Não sei se o autor quis trazer mais material ou se
distanciar de outro livro que é essencial para qualquer fã do punk, “Mate-me
por favor” de Legs McNeil & Gillian Mccain, onde a história é contada
através de várias entrevistas, e a “voz” de Iggy dá o tom da loucura que era viver a década de 1970. Em “Open Up…” os depoimentos do cantor são
poucos e menos reveladores.
Incrível pensar a quantidade de bandas, cantores e até
escritores que Iggy inspirou nestas ultimas décadas, alguns estão aqui e outros
já se foram há muito tempo ...
Só um livro para descobrir quem é Iggy/James é pouco, uma
série de tv com no mínimo 3 temporadas pode ser um começo, porque ele ainda tem muita
história para contar. Iggy Pop já mostrou que tem o corpo fechado e não
vai parar tão cedo. Amém !
OPEN UP AND
BLEED – A VIDA E A MÚSICA DE IGGY POP (2007)
AUTOR :
PAUL TRYNKA
EDITORA
: ALEPH
ISBN :
9788576572770