quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Stephen King e as Mulheres




Todo romancista tem seu estilo, sua maneira de contar a história, de nos guiar pelo universo que ele criou e nos apresentar seus personagens.
Quando viramos fãs desse escritor percebemos todas essas pequenas nuances, sabemos mais ou menos como a história irá se desenrolar, podemos ter ótimas surpresas e grandes decepções e mesmo ao final do livro, reclamando ou aclamando, nós sempre queremos mais. E quando esse mesmo autor nos mostra um novo livro, lá estamos nós na fila pra comprar.

É assim com grande parte dos fãs de Stephen King que já conheci. Temos discussões acaloradas sobre os melhores e piores finais, adaptações para seriados e cinema. Mas parece que sempre entramos em consenso sobre uma coisa, o quanto as personagens femininas são fortes e predominantes em boa parte da obra de King.

Talvez tudo começou com algo inconsciente, algo que Freud explicaria ? Quem sabe.

Quando o pai de SK foi embora de casa deixando dois filhos, Stephen com 2 anos e David com 4, quem teve que segurar a barra sozinha foi a mãe, que se tornou a base para a formação, de muitas maneiras, do escritor que conhecemos hoje.

A mãe de SK era uma leitora voraz e quando tinha algum tempo para ficar com os filhos - geralmente trabalhava mais de 10 horas por dia para sustentar a família - sempre lia histórias e contos de terror para os dois. Já na adolescência, quando SK começa a escrever e sua mãe o incentiva “comprando” estes contos, a qual ela pagava alguns centavos por histórias inéditas.

No livro “Sobre a escrita” King conta essa história na primeira parte, que é uma mini biografia.Você percebe o quanto SK reconhece e admira sua mãe e como isso reflete nas personagens ficcionais que ele criou durante todos esses anos. São mulheres que vão sofrer, são prejudicadas de várias maneiras, abusadas algumas vezes mas estão sempre prontas pra luta e na maioria das vezes ganham a batalha.

E não podemos esquecer de sua esposa Tabitha, que segundo ele conta foi amor a primeira vista, ou risada.

“Em um dia quente de verão, no fim de julho, um bando de ratos de biblioteca almoçava no gramado que ficava atrás da livraria da universidade.Sentada entre Paolo Silva e Eddie Marsh estava uma garota linda, com uma risada rouca, cabelos tingidos de vermelho e as pernas mais lindas que eu já tinha visto na minha vida sob uma minissaia amarela. Eu nunca tinha esbarrado com ela na biblioteca e não acreditava que uma estudante universitária pudesse ter uma risada tão maravilhosa e destemida.(...) O nome dela era Tabitha Spruce. Nós nos casamos um ano e meio depois.”

Tabitha também teve um papel crucial na recuperação de King, principalmente quando, no inicio do sucesso ele começou a pegar pesado com as drogas e álcool. Segundo o próprio escritor, sua mulher teve que segurar um verdadeiro rojão ao ter que cuidar de 3 crianças e um marido viciado e SK agradece até hoje por sua mulher não ter desistido dele.

Stephen King estava anos luz antes do termo “empoderamento feminino” existir.

Em todos os livros da obra de SK que já li - e não são poucos – nunca vi uma personagem feminina ser apenas a vitima, a personagem de apoio, a mocinha pronta pra se apaixonar ou servir apenas como objeto sexual.

Na matéria abaixo - "As mulheres..." -  está uma lista das suas principais personagens femininas, muitas protagonistas inesquecíveis da literatura e algumas vezes bem representadas no cinema também.

Boa Leitura !   

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